Olá, bom dia!
Disse da última vez, que ao ter o Alexandre resolvemos aplicar os nossos já outros conhecimentos, intuições, forma de viver, em todos os aspectos que resultam do acompanhamento do seu desenvolvimento, a começar pelo parto. Parece tudo muito calculado, mas não é assim. Mesmo sentindo antes que iríamos fazer algumas coisas de outra forma, naturalmente é que nos fomos apercebendo de certos aspectos e tomando decisões. Nem sequer foi a começar pelo parto, pois por exemplo, poderia dizer, a começar pela gravidez…
Quando fiquei grávida já era vegetariana, por exemplo (ver página sobre NÓS), o que não se passou das duas outras vezes em que estive grávida. Tive que ler e pesquisar sobre o vegetarianismo na gravidez e gostei muito de ler (e apliquei) uns textos em espanhol que uma das minhas cunhadas encontrou na internet e me enviou e cujos conselhos para uma gravidez vegetariana saudável adorei seguir e me fizeram sentir sempre bem, leve, relaxada, feliz!
Podem lê-los aqui e aqui e este e este ainda.
Também foi em workshops do Robiyn que ouvi falar pela primeira vez das vantagens do parto na água, para a mãe e, principalmente, para a criança. E noutras “modalidades” do parto natural, como por exemplo, a posição “de cócoras” que facilita muito mais o nascimento que a tradicional posição deitada.
Depois fui pesquisando sobre o parto natural (algumas pessoas denominam por parto humanizado) e estando atenta a esse assunto, descobrindo até que pessoas que já conhecia há tempo tinham tido os filhos propositadamente em casa, com ajuda profissional e sob os preceitos preconizados pelo parto humanizado (luz suave, ambiente relaxante incluindo o som de uma música calma, presença de pessoas queridas à mãe e ligadas ao recém-nascido, como por exemplo o pai e irmãos se isso for confortável para a mãe, só se cortar o cordão umbilical depois de ele deixar de pulsar, deixar de praticar a raspagem dos pelos púbicos e a episotomia (corte do períneo) e mais alguns preceitos que podem consultar no site da Humpar, www.humpar.org nas Recomendações da OMS (Organização Mundial da Saúde).
Entretanto, com o chegar da hora do nascimento do Alexandre, decidimo-nos a ir até à Maternidade Acuario, em Beniarbeig (entre Valência e Benidorm)-Espanha, pois o Robiyn e a sua esposa, quando do nascimento do seu primeiro filho tinham, através de amigos, descoberto a existência dessa maternidade (em Portugal, na altura nem se falava em partos na água e não havia nenhuma maternidade ou clínica que os praticasse) e vieram de lá deliciados com o atendimento, instalações e muitos outros pormenores. Também já outros casais nossos amigos, entusiasmados com a experiência contada pelo Robiyn e pela sua esposa, tinham depois experimentado a mesma maternidade com igual satisfação.
Pronto, para lá fomos e o Alexandre nasceu na água, no dia 12 de Julho de 2003, ao som de uma música com sons de baleias e golfinhos que nós tínhamos levado em CD (entrei na clínica às 5h 40min da manhã e ele nasceu às 6h 15min da mesma manhã…, quase nem dava tempo para por a música nem para encher a banheira), as irmãs e o pai assistiram, entusiasmadíssimos ao nascimento (a Celina, a mais nova, tirou as fotos de minuto a minuto…) e foi um momento muito feliz e especial!
Podem consultar o site em www.acuario.org e ver a foto da banheira redonda onde nasceram o Alexandre e muitos mais bebés!!!
O resto do tempo lá foi maravilhoso, sempre com o Pedro junto a mim e ao filho, voltámos tinha ele cinco dias…
Escrevi um “livro” onde conto com pormenores essa maravilhosa experiência, mas não está publicado. Tenciono dar-lhe o formato de livro electrónico (e-book) e talvez colocá-lo mais tarde aqui no blogue, de acesso grátis, embora com direitos registados. Logo veremos, quando poderei concretizar isso.
E sim, até para a semana, dia 6, Quarto Crescente, para mais uns momentos de partilha… uma bela semana para todos!
Caderno Verde
Todos Iguais, Todos diferentes
Quando nasceu a Celina, a minha segunda filha, quase 5 anos depois da Catarina, apercebi-me rapidamente como as crianças são diferentes umas das outras. Até lá sempre tinha ouvido falar no “São todos diferentes”, mas como em muitas outras coisas, só percebemos bem o que querem dizer quando as experienciamos.
Perante gostos e características diferentes em cada um, temos, como pais, de agir de formas diferentes. E começamos a apreciar o que cada um tem de característico, os seus “talentos” naturais, e a apoiá-los e a ajudá-los a desenvolvê-los.
O Alexandre tem características muito próprias, diferentes das das irmãs, algumas, e diferentes das de alguns outros meninos. Mas algumas serão parecidas. Daí a razão deste Caderno Verde (e em última análise, deste blogue!). Não tem pretensões de distinção, de diferenciação, de estarmos para aqui a gabar-nos de como é o nosso filho, logicamente.
Mas sim o desejo de partilhar experiências e vivências e, tal como acontece connosco quando sabemos das experiências de outras pessoas, algumas fazendo eco em nós, sabemos que algumas destas coisas serão parecidas a muitas que outras pessoas vivenciarão, poderão “fazer eco” em alguém, poderão ajudar alguém, poderão ajudar a divulgar formas de viver a vida mais consonantes com cada um.
Numa das minhas pesquisas sobre o ensino doméstico encontrei um blogue escrito por famílias que já praticam o ensino doméstico em Portugal, o Pés Na Relva, e um outro de uma família, também portuguesa, que pensa optar pelo ensino doméstico quando chegar a altura do seu filho ir para a escola, o Jóia de Família, que adorei ler e me fizeram ficar muito contente por saber que em Portugal já há mais pessoas a partilhar as suas experiências neste campo e para as quais o ensino doméstico faz sentido.
Para a “semana” este Caderno Verde continuará como começou, com a partilha de actividades e passeios que fomos fazendo com o Alexandre.
Um grande abraço a todos.