Archive for Novembro, 2011

Liberdade e Sequência

Vivam, boa noite!

No outro dia, enquanto acompanhava o Alexandre no nosso “dia-a-dia-não-escolar”, tive um sentimento de como a liberdade de seguir ou não seguir currículo (no nosso caso, tenho-o presente, mas não o seguimos, isto é, não seguimos a sequência das matérias, por anos lectivos, tal como é apresentada nos manuais escolares) é tão interessante e resulta numa livre sequência de assuntos abordados.

Por exemplo:

Caderno Verde

Liberdade e Sequência

O Alexandre está inscrito no 3º ano do 1ºciclo. No ano passado (2ºano), uma das actividades propostas no programa curricular era fazer “registos do estado do tempo”. Embora nós usemos os cd´s da “Escola Virtual” e ele até goste muito do do 2º ano ao qual chama “Jogo das Aventuras 2” e nesse cd até está explicada esta  actividade, no ano passado não se interessou minimamente em desenvolvê-la. Este ano, ao “jogar de novo às aventuras 2” (também “joga às aventuras 3” _ cd para o 3º ano_ e também já o fazia o ano passado), achou muita piada à actividade de registar o estado de tempo e quiz praticá-la,

e embora eu não tenha tirado a foto aos registos completos no final da semana, coincidiu com uma semana onde houve dois dias de trovoada e chuva intensa (ele teve pena de não termos tido pelo menos um diazinho com neve!) e andou todo interessado ainda no fenómeno de vermos o relâmpago primeiro e ouvirmos o som do trovão depois, o que levou a irmã (a que anda agora na universidade) a explicar-lhe que isso acontecia porque a velocidade da luz é mais rápida que a do som

e foram inteirar-se de quão mais rápida é: velocidade da luz= 300.000.000 m/s; velocidade do som=340 m/s (à temperatura de 20ºC, se for mais baixa, a velocidade é menor ainda):

O que os levou ainda a fazer a experiência que permite determinar “quão longe de nós está a trovoada”: contaram (com um cronómetro) quantos segundos passavam entre o momento em que viam um relâmpago e o momento em que ouviam o som do trovão (mediram 10 segundos) e multiplicando pela velocidade do som, perceberam que a trovoada “estava a 3400 metros do Alexandre”.

Ou seja, valeu a pena ter feito a actividade do registo do tempo só este ano, pedida por ele e não imposta, pois “deu pano para mangas”.

Outra liberdade e sequência:

Há umas semanas atrás apeteceu-lhe ver de novo os dvd’s da série (francesa) “Era Uma Vez A Vida” que ensina muitas coisas sobre o funcionamento do corpo humano e da qual já uma vez falei neste outro post.

Passou três dias seguidos que quase não fazia mais nada, pois quiz ver os episódios todos de seguida. Ia tirando conclusões e fazendo perguntas, tais como: “Ah! Já sei como é que o nosso corpo cresce (quando está na barriga da mãe)! É como se as células fossem os tijolos de uma construção e o corpo vai-se construindo e aumentando.” E num outro momento: “Mãe, ainda não percebi como é que os pensamentos no nosso cérebro chegam tão rápido ao resto do corpo que nos fazem logo fazer uma coisa!” Eu expliquei-lhe que andavam muito rápido, como a electricidade que “já sabes que circula muito rapidamente pelos cabos, os pensamentos também são assim, ainda são mais rápidos”. “Ah! Por isso é que, vês_ e demonstrou fisicamente_ quando eu vou a cair as minhas mãos vão rapidamente e chegam ao chão ainda antes de eu cair.”

Então, depois destas sessões continuadas dos espisódios “Era Uma Vez a Vida”, tendo gostado muito sobre o que explicaram sobre os nutrientes que os vários tipos de alimentos fornecem ao nosso organismo, continuou “com o cinema” e foi ver uns episódios que tem da série da televisão “Vila Moleza” dedicada a sensibilizar as crianças a comerem alimentos saudáveis e a fazer exercício físico. E a seguir, voltou ao “Jogo das Aventuras 2″ (o tal da escola virtual), pois sabia precisamente onde se encontrava por lá a Roda dos Alimentos” e quiz confirmar umas coisas. Entretanto, como sabe que aquela roda não se aplica exactamente à “nossa situação como vegetarianos que somos” estava para lá a fazer uns cortes e adaptações e eu lembrei-me que tenho um esquema da Pirâmide de Alimentos Vegetariana num livro de culinária vegetariana que às vezes uso e fui mostrar-lha:

Bem, desde então o livro nunca mais voltou para a estante, pois quando come, por exemplo, tofú com arroz, feijão e pepino, vai todo contente confirmar que come dois alimentos da base da pirâmide (os que deve comer em maior quantidade) e outros dois “do meio” (que deve comer moderadamente) e ainda uma peça de fruta, que também pertence à base, pois, “Como alimentos muito saudáveis!”

E depois pôs-se a fazer perguntas ao Bato (o namorado da mana mais velha), a ver se ele sabia a lição: “Diz-me lá Bato, a que zona da Pirâmide pertence a alface? À que se pode comer mais, moderadamente ou menos? “. “À que se pode comer mais”_responde-lhe o Bato. “Certo! E a maionese?”…

😉

E também me pergunta volta e meia, “que vitaminas tem a alface”. “Vitamina A e C, parece-me”. Entretanto fui logo confirmar e fui-lhe dizendo que os alimentos não têm apenas vitaminas, mas também sais minerais como o cálcio (que ajuda a construir os ossos) e o ferro, e proteínas, etc., etc.

Pronto, passou logo a perguntar: “o tofú tem muitas proteínas? E o arroz? E as batatinhas, minhas preferidas? Têm muitas vitaminas?”

🙂

Ah! E isto tudo teve uma consequência interessante que foi ele ter tido vontade de experimentar de novo comer alface (percebeu que gosta dela nas sanduiches), pois embora comesse muito bem alface quando era mais pequenito, já há uns tempos para cá que não comia, pois tinha deixado de gostar de alface.

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Aulas para a família

Vivam! Boa noite!

Logo num dos primeiros posts deste blog, “Projectos_ ideias a implementar por várias pessoas e em vários locais diferentes“, exteriorizei a ideia de começarmos a implementar alguns “centros de actividades” tais como os que John Holt preconiza no seu livro “Dificuldades em Aprender” (título original:”How Children Fail”), que também citei nesse post.

Numa “discussão” que já tínhamos tido sobre o tema no grupo do yahoo (link para o grupo na barra lateral, à direita), tínhamos chegado à conclusão que já seria bom para nós, “homeschoolers”, que existisse a oferta, em centros já existentes, de actividades onde pais e filhos pudessem praticá-las em conjunto e não sectorizadas “por idades” (por exemplo, aulas de pintura, de ginástica e por aí fora).

Na altura não conhecíamos tal oferta, embora alguns de nós já tivessem perguntado, em alguns centros “olhem lá, não têm nenhuma actividade que possa ser frequentada por pais e filhos (e avós e netos e tios e sobrinhos e adultos e crianças, basicamente)?”

Pois que hoje em dia já existem algumas! (Será porque andámos a perguntar? Ou alguém descobriu ser uma necessidade para alguns ou que afinal até funciona bem? Ou simplesmente já existem há mais tempo e nós não soubémos delas…)

Vou indicar-vos dois “centros” que conheci entretanto:

Um, onde não andamos a praticar nenhuma actividade, mas que tivémos conhecimento através dos nossos vizinhos, terem, no meio de outras actividades “por idades”, aulas de natação para a família, aos fins-de-semana: “O People Family Club“, em Sintra, mais propriamente na Terrugem.

Outro,  a “Associação Centro do Yôga-Áshrama, Sintra” (link para a sua página no facebook onde podemos aceder aos horários praticados e onde figura, além das outras aulas distintas para adultos e para crianças, o horário da aula para “Toda a família”).

Só um dos membros da família (adultos e crianças) precisa de ser sócio da associação e pagar as suas aulas “por inteiro”, os restantes membros do “clã familiar” têm um bom desconto.

Ora que o Alexandre experimentou a aula de yôga para a família onde foi com a irmã mais velha (25 anos) que já frequentava as aulas de yôga nesse centro (eu já pratico noutro centro, não dava jeito mudar para este). E gostou!

Já praticou assim yôga durante o mês de Outubro e já teve uma aula agora em Novembro. Lá vai ele aos Sábados de manhã, com a sua mana, todo contente. E também já levaram convidados a experimentar (qualquer praticante pode convidar um amigo a ir experimentar uma aula), a nossa vizinha pequena M., a mana Celina e o Bato! Um de cada vez, claro!

De semana para semana, noto que o entusiasmo cresce e conta os exercícios que fazem (desde algumas posturas do yôga _ ásanas_ aos exercícios para os olhos, aos de respiração, ao relaxamento (neste último Sábado adormeceu durante o relaxamento        🙂           ) e os mantras (a professora, quando soube que lhe costumamos chamar “Xanti” como diminuitivo (shánti = “paz”, em sânscrito), cantou logo na 1ª aula dele o mantra “Om shánti om”, o que o deixou um pouco envergonhado, mas contente).

Entretanto também começou a falar das outras famílias que costumam ir à “sua” aula: o pai, a mãe e três filhos, todos pequenos, o maior é da sua idade e outra mãe com os dois filhos. E ele, com a sua mana crescida! Um dos meninos também se chama Alexandre! E uma das meninas uma vez levou o seu peluche para a aula como convidado! E já conversa com alguns no início e no final da aula. No outro dia (num dia de semana, extra-aula) também estiveram “em convívio”, alunos (adultos e crianças) e alguns instrutores, a tirar fotos de grupo no palácio de Seteais, em Sintra, chegou todo contente a contar.

Engraçado que ele tem rejeitado todas as outras “actividades extra” onde existe um professor a ensinar, que já experimentámos. Eram só destinadas a crianças. Esta (talvez por ser integrada e ajudam-se uns aos outros, não é só seguir a instrutora, ou se calhar é o tipo de actividade em si que lhe apraz, ou é a instrutora que tem jeito… realmente ela é muito calminha e bem-disposta) tem corrido bem!

Outra coisa que me deixou feliz, foi a irmã (a Catarina) ter partilhado comigo no outro dia, que uma das coisas que mais tem gostado de fazer ultimamente, é de ir às aulas de yôga com o irmão (ela ainda vai a outras sem ele), por sentir-se bem ali com ele, a ajudarem-se um ao outro; “É um momento muito amoroso”, disse-me.

Pronto, saldo-mais-que-positivo para estas “aulas de yôga para toda a família”!

Beijinhos e até breve. Belas actividades em família para todos os que quiserem experimentar ou já praticam!

Isabel

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Caderno Verde

“Projectos”

Lembram-se deste “projecto” que o Alexandre executou depois de vir um dia de estar comigo no meu local de trabalho? É o projecto de uma vila. Que tem de tudo, todas as redes de transportes, zonas de grandes parques verdes, a mim parece-me mais uma cidade! (postei aqui na parte do Caderno Verde)

Pois um belo dia mais tarde, estava ele com a mana Catarina (tinha que ser, porque ela é a rapariga da cor, inspira todos a darem cor a tudo!), completou o projecto, colorindo-o. Cheguei a casa e apresentaram-me o feito.

E mostraram-me ainda um outro feito, outro projecto, que começou assim:

Ao lerem o livro do Alexandre “100 comboios de sempre”, o Alexandre descobriu que no meio de todos os comboios lá apresentados e descritos, faltava um, o seu querido “Comboio-Hotel” (que viémos a saber depois que vai ser extinto em Portugal, ohhhh!!!).

Então resolveram acrescentar mais duas páginas ao livro, incluindo nele um texto e uma imagem sobre o comboio-hotel e depois, claro, tinham que alterar a capa e o livro passou a ser o “101 comboios de sempre”:

Que “projecto”!

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Especulação e Poluição, na Teia Ambiental

Bom dia a todos!

A convite da Rute do Publicar Para Partilhar, inicio hoje a minha participação na Teia Ambiental.

Como pequena introdução ao tema que trago hoje para a Teia, a Especulação, quero dizer-vos que estas minhas primeiras participações aos dias 7 do mês, serão um conjunto de vários temas que parecem pouco ter a ver com poluição ambiental. Vou experimentar partilhar o que, para mim, têm de influência directa nas várias formas que engendrámos de poluir o Planeta.

Sinceramente, não sei se vou conseguir passar-vos o que sei e sinto quanto ao assunto, vou aventurar-me, pois considero-o importante e que de alguma forma possa ajudar-nos a que, mais eficientemente, a minha avó diria, “cortemos o mal pela raíz”, eu prefiro deixar o bem e o mal para os teólogos e digo, “de alguma forma possa ajudar-nos a que, mais eficientemente, deixemos de praticar actos poluidores que prejudicam o ambiente desta nossa casa (ou nave!) que é este planeta que nos vai fazendo girar e viajar pelo Universo”.

Especulação e Poluição, na Teia Ambiental

Eu exerço uma profissão como engenheira civil numa câmara municipal. Um belo dia, há uns 10 a 12 anos atrás, estava eu a inteirar-me de como decorriam as obras de urbanização, numa urbanização, quando se acerca de mim um dos donos da obra e me pergunta: “A engenheira não quer comprar aqui um lotezinho?”. Alguns dos lotes já possuíam construção iniciada, outros não. A minha área é (maioritariamente, porque trabalho também noutras) a das infraestruturas e tinha-me deslocado lá precisamente porque as obras de infraestruturas (arruamentos, esgotos, abastecimento de água, electricidade, telecomunicações, espaços verdes) estavam em atraso (um atraso beeeeeeemmmmm graaannnnndeeee) e eu precisava de apurar exactamente a quantidade, o volume de trabalhos ainda em falta, converter isso para escudos, $ (pois, na altura ainda eram escudos e não euros) para além de ir verificar a dimensão de um problema de ligações de esgoto clandestinas (de outro bairro confinante) para o terreno, que estava a atrasar a obra, diziam os promotores.

Com uma certa irreverência que às vezes me é característica (tenho andado a transformar isso em mim em algo mais construtivo, esse tom por vezes irreverente já me causou alguns dissabores no trabalho, para além de que considero que quando sou um bocadinho trocista ou sarcástica, estou de alguma forma a desprezar o outro, a ser moralista por pensar ser detentora da verdade e a fazer o que tantas vezes vejo que os outros não devem fazer), respondi-lhe “Comprar um lotezinho? Aqui? Com todos os problemas que eu sei que esta obra tem tido? Ainda por cima nem querem executar os trabalhos nos espaços verdes, andam sempre a descartar-se, vocês sabem que os espaços verdes são muito importantes numa urbanização, sobretudo para quem tem crianças, como eu!” (bem, como se eu tivesse dinheiro para comprar um lotezinho…). O homem primeiro ainda tentou: “Ah! Mas isto é um bom sítio, a localização é boa, tem já a escola ali à frente, estamos perto da auto-estrada e temos uma boa vista, pois estamos aqui num alto…”. Mas ao olhar para a minha cara, desata a desculpar-se e começa o choradinho do dinheiro. “Sabe, é que eu já cheguei aqui tarde, está a ver todos estes lotes (eram para aí uns 30 a 40 e tal lotes, já não sei precisar, posso ir confirmar ainda sei qual é o número daquele alvará de loteamento), primeiro foram vendidos ao preço da chuva, só que isto funciona assim: os primeiros compradores são aqueles que querem investir pouco e ganhar algum, então compram alguns lotes e vendem-nos logo a seguir e ganham uns milhares de contos, ainda assim. Depois os próximos vendem-nos de novo, com uma margem um bocadinho mais pequena e só à terceira ou quarta vez é que são vendidos a quem vai construir no lote o edifício (às vezes moradia) e pronto, estes lucros todos são suportados pelo comprador de cada apartamento. Nós, os construtores, temos muito trabalho e riscos com isto e já não temos assim tanto lucro”, continuou a chorar-se.

Eu fiquei estupefacta. Palavra que até à data não tinha sequer noção desta “realidade virtual” que o homem me descrevera. E que depois confirmei ser verdade, outros me explicaram que era assim que funcionava, a rotularem-me de ingénua, claro, “como é que pensavas que qualquer apartamentozeco chegue a valer 40.000, 50.000 contos? (hoje: 200.000, 250.000 €). Faz lá as contas aos custos reais e vais ver que nem metade, nem um quarto, valem”.

Pura especulação.

Parece-me que daqui já não vai ser preciso dizer-vos qual a influência directa que eu vejo disto na poluição. A poluição tem raízes muito fundas, muito mais para trás do acto de deitar lixo no chão, vazar entulhos, queimar matas e florestas (que sabemos que muitas delas são queimadas para que deixem depois que seja possível construir nesses locais). E, sinceramente, eu separo lixo, vou reutilizando, reciclando, refreio o consumo, sou vegetariana e tenho assumido mais algumas práticas que possam reduzir um pouco a minha “pegada ecológica”, mas sei que nem que a maioria faça algo do género irá adiantar de muito, será uma gotinha muito pequena, pois as verdadeiras causas do estado poluído do planeta são outras. Teremos que dar outros passos que agora parecem gigantescos.

Um deles, quanto a mim, será este de pararmos com a especulação. Não só na área da construção civil, como é lógico e sim toda e qualquer especulação, a especulação financeira, os juros cobrados por dinheiro inventado, que não existe, virtual. A forma como os bancos funcionam. E este é um passo que todos dirão ser impossível de dar, tamanha é a teia que está aqui tecida. Ou então não concordarão ser necessário, enredados na teia como estamos (outra teia, que não esta ambiental                             🙂                                     ).

Já vi algures na net um vídeo a explicar como funcionam os bancos. Isto não é novidade para vós (nem o que estou para aqui a dizer também será novidade, a não ser a minha experiência directa, a que contei, pois ainda não a tinha contado publicamente, a forma como me apercebi de como funciona a especulação, na prática).  David Icke, no seu livro “Eu Sou Eu, Eu Sou Livre _ o guia para os robôs obterem liberdade”, explica também detalhadamente a espertalhice da cobrança de juros por emprestarem dinheiro que só virtualmente existe. Os bancos “têm permissão legal” para emprestar muito mais dinheiro do que o dinheiro que realmente têm. E cobrar juros por isso. (Nota interessante: David chegou a pertencer ao partido “Os Verdes”, no Reino Unido).

Vou citá-lo, em relação ao que escreveu sobre o assunto, no livro que referi:

“Pergunta às pessoas à tua volta porque não dizem ou fazem aquilo que realmente pensam estar correcto e a resposta será uma: medo. Uma das maiores razões desse medo é a necessidade de ganhar dinheiro para viver.”

“Se se conseguir inflaccionar artificialmente os custos básicos da vida, como comida, aquecimento, roupas e abrigo, pressiona-se as pessoas a servir o sistema e a ganhar dinheiro para suprir essas necessidades básicas. Quanto menos for preciso ganhar, mais escolhas terás para viveres a vida como quiseres. Quanto mais precisares de ganhar, mais limitadas serão as tuas escolhas. Este esquema é baseado na maior aldrabice de todas _ o pagamento de juros sobre dinheiro que não existe”.

Entretanto explica como funciona o empréstimo bancário.

E continua: “O sistema bancário é uma das mais destrutivas actividades criminais do planeta. As pessoas que cultivam comida e produzem as necessidades da vida estão afogadas em dívidas e são muitas vezes levadas à falência por pessoas que apenas inserem números num computador, cobrando-lhes juros de seguida. Estão em circulação fantásticas somas de “dinheiro”, sob a forma de cheques e créditos de várias espécies, mas menos de 10% deste dinheiro existe sob a forma de notas e moedas. Mais de 90% não existe. O sistema está completamente falido e só funciona porque as pessoas estão condicionadas a aceitar cheques e cartões de crédito como “dinheiro” quando, de facto, isso não é mais do que a entrada de alguns números num computador, sem qualquer suporte”.

E continua a explicar que quando ouvimos que a inflacção existe porque os governos imprimem demasiado dinheiro não é assim, pois não imprimem é o suficiente e o modo como são controlados “os bons tempos” económicos e “os maus tempos” económicos e como ao comprarmos um produto numa loja o preço estar já gigantescamente inflaccionado, quando comparado ao preço que teria sem toda uma máquina por detrás, porque cada estágio do processo de produção está a servir os juros de dinheiro que não existe.

Continua:

“Apesar da loucura óbvia deste roubo legalizado, as nossas mentes ainda estão condicionadas a acreditar que cobrar juros por dinheiro que não existe é essencial, e sem isso a economia mundial iria colapsar. Não é assim”.

(…)

“Responde-me a isto: o que aconteceria se, em vez de pedirmos emprestado dinheiro inexistente ao sistema bancário privado, os nossos governos imprimissem dinheiro em quantidade suficiente e livre de juros, e o emprestassem às pessoas com uma taxa de juro reduzida, para cobrir taxas administrativas? Já não seríamos capazes de comprar tudo o que precisássemos? Claro que seríamos e com maior facilidade, já que o custo de tudo baixaria.”

(…)

O dinheiro tornar-se-ia naquilo para que foi inventado: um meio de troca  de contribuições dentro da comunidade, que supre algumas das nossas carências em produtos e serviços (bold meu). É apenas quando há juros sobre o dinheiro que este se torna num mecanismo de controlo, usado com os efeitos devastadores a que hoje assistimos.”

E mais à frente (e para terminar as citações):

“Não existe motivo pelo qual não possamos ter dinheiro livre de juros. Só falta a vontade para que isso aconteça, porque os políticos que poderiam derrubar este sistema estão a ser controlados e manipulados pelas mesmas pessoas que detêm os bancos do mundo, (…)”

“Repara só nos diferentes partidos políticos no teu país. Quantos propõem acabar com o sistema de juros caso sejam eleitos? Nenhum? Obrigado. E agora sabes porquê.

Dois presidentes dos Estados Unidos da América propuseram imprimir dinheiro livre de juros e começaram a introduzir a medida. Um foi Abraham Lincoln e o outro foi John F. Kennedy. Sabes o que mais têm estas duas figuras em comum?”.

Para o que quero transmitir, chega, por hoje. Quero apenas salientar porque coloquei a bold “o dinheiro tornar-se naquilo para o que foi inventado…”. Pois que o “coitado” tem sido o nosso bode expiatório, “o dinheiro é a raiz de todos os males” e coisas que tais. Para o amarmos um bocadinho e o limparmos das culpas com que o temos andado a sobrecarregar (o dinheiro pode ser simplesmente uma energia de troca, tal como em tempos usámos o sal e outras “formas de energia”, em vez de o usarmos “para poluir o planeta”), vou partilhar convosco este artigo sobre a relação entre cada um de nós e o dinheiro, escrito por Robiyn e publicado na revista “Saber”, na Madeira (o artigo publicado compreende apenas uma pequena parte do que o Robiyn costuma transmitir nos seus workshops sobre o tema).

E para além dessa “limpeza de energia” que podemos fazer sobre o dinheiro, libertando-o da carga negativa a que o associámos (limpeza ecológica, também…), que mais pode fazer um cidadão comum quanto ao terminarmos de especular e/ou alimentarmos a especulação? Não sei, cada um saberá de si. Eu comecei com uns pequenos passos: com a ajuda da minha sogra, terminar com o meu empréstimo do carro, que já andava a pagar há 3 anos e ainda me faltavam mais 4 _ no total iria pagar o dobro do “dinheiro” que pedi emprestado ao banco, que tinha sido sensivelmente metade do preço do carro; o dinheiro que usava no pagamento dessa prestação é agora canalizado para amortizar o empréstimo da casa; quero também deixar de usar o cartão de crédito (bem, tenho-o usado, mas sem pagar juros, mas mesmo assim, quero deixar de o usar totalmente) e os outros ships electrónicos que usamos para as transacções financeiras; não tenciono contrair mais algum empréstimo bancário; não tenho acções, não jogo na bolsa, não tenho qualquer depósito a prazo. Para já, é o que já pus em prática e o que já me decidi a fazer. Falta muito, ainda!

Até um novo dia 7, aqui na Teia Ambiental. Até lá, continuarei com os posts habituais d’A Escola É Bela.

Grata a todos, um grande abraço.

Isabel

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Outros povos, outros hábitos…

Boa tarde a todos!

Mais um post dedicado ao Caderno Verde.

Um belo fim-de-semana! Beijinhos

Isabel

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Caderno Verde

Outros povos, outros hábitos…

“Mãe! Há algum país onde as pessoas escrevam como eu estou a escrever agora _ e levanta um pé que segurava numa caneta_ , assim, com o pé, em vez de ser como no nosso país que escrevemos com a mão?”

“Bem, filho, não conheço… há pessoas que escrevem com o pé, porque tiveram um acidente ou uma doença e ficaram sem poder escrever com as mãos, ou já nasceram assim…”

“Sim, mas não é isso que eu estou a dizer. É que aprendi que nem todos os países fazem as coisas da mesma maneira. Por exemplo, nós comemos com os talheres e há países onde se come com uns pauzinhos. E eu queria saber se há algum país onde em vez de se escrever com a mão tenham o hábito de escrever com o pé… Vamos procurar na internet!”

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